Nossa Senhora da Conceição é, desde 1646, Padroeira e Rainha de Portugal, quando D. João IV, após a restauração da independência do país, em 1640. Ela é a verdadeira soberana de Portugal. Desde então, não mais o rei, ou rainha, usaria a coroa.
A coroação foi a imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Muitas paróquias a escolheram para Padroeira, como foi o caso de Tabuaço. Esta continua a ser a festa mais importante da comunidade. É também a Madrinha dos Bombeiros Voluntários. É uma festa exclusivamente religiosa, precedida por uma novena que ambienta, prepara, antecipa a festa, a celebração em honra de Nossa Senhora. O pregador da novena e da festa deste ano foi o Pe. Jorge Henrique, com exceção dos dois sábados, nos quais a pregação foi assumida pelo Pe. Jorge Giroto.
O tema aglutinador andou à volta da Esperança, como uma das virtudes teologais, sempre unida à fé e à caridade. É sob o signo da esperança que o Papa Francisco convocou o Jubileu 2025, que se avizinha, com a Bula “Peregrinos de Esperança”.
Recuperamos a reflexão proposta pelo Pe. Jorge Henrique e distribuída a todos quantos participaram na celebração da Missa solene, com o título “Entrelaçar a esperança”:
“Entrelaçar é o ato de juntar, confundir, mesclar e misturar.
Se já por diversos momentos fomos convidados a celebrar a esperança – oportunidade para descobrir, ir à procura, incomodar-se por absorver o seu verdadeiro sentido, na linguagem bíblica e na nossa cultura, onde abundam sempre motivos sérios por onde passa a dinâmica pastoral – agora ficou de caras: o mundo precisa de esperança, o homem deve aprender a vivê-la, a Igreja tem de a anunciar.
Abrir-se-ão portas, por onde passarão vidas e corações; é tempo de nos alimentarmos, mas é ainda mais tempo para semear.
A Imaculada Conceição, nossa padroeira, também é Senhora da Esperança. Que aprendemos dela? Como pode ela iluminar esse caminho de fé? Como pode ela tocar as nossas vidas? Certos do modelo e exemplo, a proposta de reflexão destes dias foram esses sinais que – espero eu – tenham servido para assentar de vez o que é a esperança bem como algumas pistas por onde deve prosseguir o nosso caminho pessoal e comunitário, mas sobretudo como ela é capaz de nos transformar.
Por isso é que escolhi o verbo entrelaçar. Quem vive a sua vida entrelaçada pela esperança é capaz de ir mais longe, ultrapassar, escolher melhor, incentivar mais. Como podemos nós consolar quem sofre se não lhe transmitimos esperança? Quem pode caminhar se não tiver o rumo da esperança e da confiança em Deus? De que forma ultrapassaremos as canseiras, dificuldades, problemas, ansiedades, contrariedades se não estivermos embriagados da esperança? Assim, a imagem do nosso ser possuído pelo entrelaçar da esperança, onde cada espaço vazio se preenche emoldurados pela esperança parece-me feliz para transmitir a alegria da esperança no homem, no mundo e na Igreja.
Senhora da Conceição, ensina-nos a preencher a nossa vida e o nosso ser com a mesma esperança. Ensina-nos na ser fortes na esperança!”
Depois da celebração da santa Missa, a Procissão em honra de Nossa Senhora da Conceição, por algumas ruas da paróquia e vila de Tabuaço, com paragem sempre emotiva frente ao quartel dos Bombeiros Voluntários, com o toque da sirene, em sua homenagem. Os Bombeiros, além da guarda de honra, transportaram, como habitualmente, o andor com a imagem de Nossa Senhora.
Que a Senhora da Conceição, Senhora de Esperança, a todos nos ajude a viver e a ser mais como Jesus.
in Voz de Lamego, ano 95/5, n.º 4782, de 11 de dezembro de 2024.